A Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais) revelou uma prévia da 2° Pesquisa Nacional da Indústria de Games, coordenada pela própria associação em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos).
O material revela um crescimento de 3,27% no número de estúdios nacionais de desenvolvimento de games ativos, que chegou a 1.042 em 2022, frente aos 1.009 de 2021. Além disso, a pesquisa mostra que foram publicados cerca 2.600 games brasileiros desde 2020, dos quais 1.008 foram lançados exclusivamente no ano passado.
Esse ano, o Brasil foi o grande homenageado da Gamescom e está sendo reconhecido mundialmente como um importante polo de desenvolvimento do setor
Rodrigo Terra, presidente da Abragames
Mapeamento dos estúdios por região
Outro dado que chama a atenção na pesquisadiz respeito à distribuição geográfica dos estúdios pelo país. O Sudeste segue sendo a região com a maior quantidade de empresas, com 58%, seguido do Sul com 20%. Já a região Nordeste segue crescendo e já representa 15%, à frente do Centro-Oeste, com registrou 6%, e do Norte, 2%.
Diversidade na indústria
Houve um aumento no número de mulheres presentes e interessadas em ingressar no setor. Atualmente, 14,3% das mulheres da indústria são sócias de algum estúdio e 28,2% estão entre as colaboradoras. A participação delas em cursos de ensino superior relacionados a jogos digitais chegou a 24%.
A participação das mulheres no ensino superior de jogos digitais até 2010 não atingia 3% dos formandos. Este número praticamente quadruplicou entre 2011 e 2020, chegando a 12%, e dobrou se considerarmos 2021 e 2022, chegando a 24%
Carolina Caravana, vice-presidente da Abragames
Ainda em relação à diversidade, 57% dos estúdios brasileiros ouvidos pela pesquisa afirmam ter entre seus colaboradores pessoas pretas, pardas, indígenas, portadores de deficiências, da comunidade transexual ou de outras minorias.
Presença internacional
Em 2022, metade das desenvolvedoras nacionais que atuam internacionalmente obtiveram 70% do seu faturamento no exterior. Nesse contexto, Estados Unidos e América Latina continuam sendo os principais mercados destino, estando presentes em 57% das vendas desses projetos. Já a Europa Ocidental, que até 2021 participava de 49% dos negócios, teve um crescimento significativo em 2022, e agora ocupa o terceiro lugar. Atualmente, a região está envolvida em 54% das vendas internacionais geradas pelos estúdios brasileiros.
Situação dos estúdios no país
Considerando que os dois primeiros anos da abertura de uma empresa no Brasil são os mais difíceis e essenciais para sua consolidação no mercado, 81% dos estúdios desenvolvedores de games do Brasil já passaram desse estágio, sendo 17% deles há mais de 10 anos no mercado. Além disso, 85% dos estúdios nacionais afirmam estar totalmente formalizados.
Podemos concluir que em 2022 a indústria de desenvolvimento de games no Brasil foi resiliente e cresceu em diversos aspectos. O mercado consumidor nacional cresceu 3%, indo na contramão de uma queda do mercado consumidor global, e mostrando que as empresas locais têm espaço para crescimento.
Marcos Cardoso, cofundador da GA Consulting
Sobre a Abragames
Criada em 2004 por um grupo de empresas de desenvolvimento, a Abragames, Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais, surgiu como uma entidade sem fins lucrativos e com o objetivo de fortalecer a indústria nacional de desenvolvimento de jogos. Sua missão é coordenar, fortalecer e promover a indústria brasileira de jogos digitais através da representação e interlocução do ecossistema nacional e internacional.
Sobre a ApexBrasil
A ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A Agência realiza ações diversificadas de promoção comercial, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, e visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira.